Por Germino José de Sousa
O nome Eduardo Siqueira Campos carrega, por si só, uma carga simbólica relevante. Por herança familiar, trata-se de um homem cuja trajetória parece ter sido delineada desde cedo: servir à coletividade, sobretudo àqueles historicamente privados de oportunidades.
Ainda na juventude, Eduardo ingressou na vida pública acompanhando de perto seu pai, o então Governador Siqueira Campos — figura central na luta pela criação do Estado do Tocantins.
Ambos chegaram, como família, à região norte de Goiás, iniciando uma jornada marcada por desafios, idealismo e conquistas. Sob a inspiração do pai — cuja conduta pública se consolidou como um marco de liderança e persistência —, Eduardo participou ativamente do movimento que culminaria na emancipação política do Tocantins.
Com a criação do novo Estado, iniciou-se outra fase igualmente ousada: a construção de sua capital definitiva. Palmas não foi apenas uma solução administrativa — foi a materialização de um sonho coletivo. Erguida no coração do cerrado, a cidade representou o nascimento de uma nova era.
Coube a Eduardo, ao lado do pai e de uma rede de colaboradores e lideranças políticas, a missão de estruturar os alicerces físicos e institucionais do novo ente federativo.
O legado é visível: um Estado moderno, uma capital funcional e progressista, e uma população que, em grande parte, reconhece o esforço dos seus fundadores.
Com o falecimento do ex-governador Siqueira Campos, Eduardo retomou seu caminho político, agora de forma autônoma, movido pela firme intenção de preservar o legado paterno e garantir a continuidade de uma obra que não se encerra com o tempo.
Lançou-se novamente à vida pública, colocando seu nome à disposição da população como candidato à Prefeitura de Palmas — cidade cuja gênese está intrinsicamente ligada à história de sua família. Sua eleição representou não apenas um gesto de confiança popular, mas também um reconhecimento simbólico de sua trajetória.
Entretanto, a atuação política, como se sabe, não está imune aos embates, disputas de poder e interesses adversos. O sucesso, muitas vezes, desperta resistências. E Eduardo não tem sido exceção. Sua vitória, fruto de dedicação e sacrifício pessoal, passou a incomodar diferentes segmentos — políticos, jurídicos e sociais.
Recentemente, foi surpreendido por acusações que, à primeira vista, carecem de razoabilidade e coerência jurídica. Segundo alegações, estaria sendo responsabilizado por suposto conhecimento prévio acerca de condutas ilícitas atribuídas a terceiros — fato que, se confirmado como fundamento exclusivo da acusação, revela contornos preocupantes para o devido processo legal e o Estado Democrático de Direito.
É legítimo, portanto, o questionamento: se a narrativa acusatória sugere que Eduardo teria tido acesso a informações privilegiadas sobre um alegado “mapa da mina”, por que não se investiga diretamente a origem primária dessas informações? Onde está, afinal, a “pedra principal”?
Este registro não busca interferir nas instâncias judiciais competentes. Ao contrário, propõe uma reflexão serena sobre os riscos da banalização das acusações, da judicialização seletiva e da transformação de agentes públicos em bodes expiatórios de conflitos mais amplos.
Que a verdade, a justiça e o interesse público prevaleçam — pois é disso que o Tocantins precisa e espera.
Texto opinativo escrito por Germino José de Sousa
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