Cine Canto - "Terra e Sangue - conflito agrário na região do TO"

Postado dia 26/03/2019
Notícias

Cine Canto -

Data: 30/03/2019 - 19:30 h - Local: Canto das Artes - Taquaruçu
CINE CANTO APRESENTA:
Lançamento e exibição do documentário:
"TERRA E SANGUE - Conflito Agrário na Região do Tocantins".

No próximo sábado dia 30 de março, o diretor e
produtor Antonio Souza estará lançando o Documentário intitulado “TERRA e SANGUE, Conflito Agrário na Região do Tocantins”.
A exibição está marcada para as 19:30h, no Cine Canto (Canto das Artes - Taquaruçu)
O filme terá aproximadamente 71 min de duração.
Após a exibição haverá debate sobre Reforma Agrária: Distribuição de terras, situações e perspectivas.
A luta pelas terras da fazenda São João, hoje é uma das maiores referências de vitória dos trabalhadores Rurais no Estado do Tocantins.
A exibição do documentário tem como finalidade levar a público uma história pouco conhecida ocorrida na circunferência distrital de Palmas.

O documentário trará à tona a história da fazenda São João – na época município de Porto Nacional –, e dos posseiros que hoje vivem no Assentamento São João (agora pertencente a cidade de Palmas), o trabalho cinematográfico descreve desde o primeiro direito de posse conseguido junto a Paróquia de Porto Nacional por D. Ana Aires da Silva (1858). E o fato de após a morte de D.
Ana Aires, sem inventário, as terras terem ficado abandonadas.
No ano de 1915 um senhor chamado Antonio Ayres Primo, suposto parente da falecida, faz uso de uma pequena parte das terras, porém, sem nenhum direito de posse... Informados do descaso e abandono da fazenda, na década de 1940, famílias oriundas do Maranhã, Piauí e outros estados marcham para o São João. Seria esse vale a “terra prometida”, nele se instalam, a princípio sem
objeções ou resistências por parte de quem se dizia “dono”. As primeiras roças são feitas, plantações realizadas, e quando as benfeitorias já eram visíveis, és que o tempo de paz acaba. Um grileiro aparece e diz ter comprado a fazenda. Ameaça os trabalhadores, por fim, oferece valor irrisório para que esses deixem as terras. Com a recusa dos posseiros a violência se inicia. Mediante a ocupação, em 1948 o senhor Antonio Ayres vendo que os posseiros teriam direitos as regiões cultivadas por eles, sorrateiramente consegue na Paróquia do Município um documento que lhe daria direito a sua área ocupada. De posse desse direito, mesmo sem a permissão de venda das terras, Antonio Ayres negoceia sua parte com outra pessoa... Daí por diante, sem documentos válidos, sem grandes espaços cultivados ou beneficiados, grileiros surgem astutamente dizendo serem donos da propriedade e começam a ameaçar os trabalhadores. Durante anos os posseiros foram vítimas de insultos e diversas agressões, alguns terminaram vendendo suas glebas e indo embora. Os que as compravam, agora tinham mais um porquê para não saírem. Eram “donos”!
Com a perseguição cada vez maior e sem apoio da justiça os trabalhadores resolveram buscar ajuda da Igreja Católica e outras entidades. Tal apoio irritou ainda mais os grileiros, o que culminou num sangrento duelo (conflito) em 21 de agosto de 1979 onde um Jagunço ficou ferido e dois foram mortos. Depois do lamentavel ocorrido as “autoridades” se dispuseram tomar providências.
Os anos seguintes foram ainda de dificuldades, mas em nada comparados com os “anos de luta”. Depois de tanto tempo... Após 78 anos o INCRA começou a entregar os títulos – Início de 2018 alguns posseiros foram contemplados. Neste ano de 2019 os primeiros documentos definitivos estão sendo entregues.
Divulgação:
Antoniu’s Produçoes – cinemaensaiode@gmail.com
Antonio Souza – (63) 99212-0919
Edisom Alves – (63) 99232-8892

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